Não importa por qual termo você conheça o processo: seja parada de fábrica, ou parada de manutenção, é unânime para todos que este é um evento delicado e de grande importância para um processo produtivo.
A manutenção das válvulas em uma planta é um dos momentos principais dessa operação, e é sobre ela que falaremos hoje neste artigo, produzido pelo engenheiro mecânico Felipe Tonello Franco, líder de operações comerciais da Axpr.
O que é uma parada de fábrica (ou parada de manutenção)?
As paradas de fábrica são ocasiões programadas para manutenção dos equipamentos, que são elementos essenciais para que uma empresa consiga se manter competitiva.
Estas paradas de fábrica garantem que o negócio mantenha seu volume de produção, performance de negócios e que os custos operacionais não se elevem.
E em uma parada de fábrica, temos diferentes tipos de manutenção que podem ocorrer, como as corretivas, as preventivas e as preditivas, bem como a detectiva, todas elas com relação a linha de produção.
OK, então vamos um pouco mais a fundo sobre cada um dos tipos de manutenção que ocorrem em uma parada de fábrica.
A manutenção detectiva, por exemplo, tem como objetivo principal captar falhas que podem escapar em uma manutenção regular, atuando principalmente com relação aos sistemas protetivos, além de ser efetuado com os equipamentos em operação na linha.
Partindo para a manutenção preditiva, podemos traduzi-la como um diagnóstico da vida útil das peças e equipamentos, principalmente os que são vitais em uma linha de produção, acompanhando de perto a sua evolução para o uso seguro até o limite de sua vida útil.
Nesse tipo de manutenção, é importante considerar alguns itens como valor (custos), segurança do processo e se os equipamentos estão disponíveis.
A manutenção preventiva funciona, como o próprio nome diz, na prevenção de eventuais problemas com peças e equipamentos, como as válvulas, por exemplo. Nessa modalidade, o objetivo principal é diluir (e em alguns casos, evitar) quebras ou falhas de desempenho do equipamento sob manutenção.
Quer um exemplo de manutenção preventiva que é bem provável que aconteça no seu dia a dia? A troca de óleo de um carro! Isso porque ele é substituído em intervalos regulares, geralmente, determinados pelo fabricante do veículo, como a troca a cada 6 meses (ou 5 mil Km rodados), etc.
Ou seja, o foco principal desse tipo de manutenção é a busca incessante por evitar (e diminuir) o número de falhas em peças e equipamentos, prevenindo problemas e mantendo controle absoluto sobre eles.
E finalmente chegamos na manutenção corretiva, que melhora a performance dos equipamentos e suas peças. Podemos considerar, portanto, que ela seja uma etapa anterior a manutenção preventiva, garantindo assim sua maior confiabilidade.
Como uma parada de manutenção é planejada?
O processo de parar uma planta é, sem sombra de dúvidas, complexo. Essa parada requer muito planejamento, preparo e o suporte de equipes qualificadas e com experiência no assunto.
No universo da manutenção das válvulas, podemos destacar três pontos principais para o planejamento da parada, são eles:
- Auditoria de base instalada: isso significa o levantamento de dados de localização, a necessidade de acesso e movimentação vertical (andaimes, guindastes etc.), além de dados de calibração, medidas dos estojos, tipos de juntas, entre outras informações;
- Diagnóstico das válvulas na linha: isto é, identificar em campo e coletar as informações para priorizar as válvulas que precisam de reparos, (como as que estão com vazamentos, por exemplo), para tomar decisões baseadas em dados sobre quais válvulas devem ser manutenidas preventivamente.
- Auditoria de inventário e sobressalentes: em resumo, uma parada eficiente tem as peças reposição necessárias disponíveis à manutenção, mas não de sobra. Lista de sobressalentes recomendados e mapa de intercambialidade são os primeiros marcos para uma boa largada.
E como executar uma parada de manutenção?
Uma parada de manutenção pode ser organizada em etapas para simplificar o gerenciamento e deixá-lo mais otimizado. Estas etapas se resumem em:
– Conceituação ou iniciação: etapa da jornada onde é criado o plano de manutenção, que contém suas regras e normas para execução do processo de manutenção;
– Planejamento ou preparação: com dados e informações em mãos, é hora de processá-los e organizá-los em um planejamento que dimensiona a parada, definindo seu escopo (quais equipamentos e de que forma eles serão manutenidos – procedimentos) e do cronograma de ações (como dias para execução, jornada de trabalho, se vai prever atividades noturnas, entre outros).
Também é definido se a parada será executada nas dependências internas (conhecida como in loco), isto é, se o serviço vai ser executado na própria fábrica ou se será executado externamente (conhecida como in shop), desta forma, os equipamentos precisarão ser transportados para a oficina da empresa a ser contratada.
Costumo fazer uma analogia que é preferível realizar uma cirurgia em uma UTI bem equipada do que em uma tenda da Cruz Vermelha: a diferença está nos procedimentos disponíveis que podem ser executados em cada um.
Em particular, para o caso das válvulas, se o escopo do trabalho exigir reconstrução, executar a manutenção no local significa levar a montanha até a válvula, porém um escopo limitado de trabalho, como ajustes finos, testes padrão e substituição de peças, pode tornar a operação in loco mais econômica.
– Execução: é o processo que efetua, propriamente dito, a manutenção, e pode conter etapas antes e depois, como a pré-parada, a parada de manutenção e o pós-parada (conhecida também como start up).
Na pré-parada, em geral, são montados os canteiros de obras, mobilizados os equipamentos, ferramentas e mão-de-obra para execução. Também nesta etapa é feita a integração de segurança da equipe e são elaborados os crachás que darão acesso à fábrica.
Na etapa da parada são realizados os serviços de manutenção conforme o planejamento. Como curiosidade, chamamos de parada fria quando a intervenção em determinado equipamento precisa ser realizada em intervalo curto de tempo, em menos de 24 horas, por exemplo.
No start-up ou pós-parada é realizado o acompanhamento da partida da planta, para verificar se as intervenções realizadas sanaram os problemas dos equipamentos.
No caso especial das válvulas de segurança, nesta etapa geralmente realiza-se o serviço de teste e calibração online que é realizado com a válvula montada na linha, com profissional capacitado, equipamento projetado especificamente para esta finalidade e um banco de dados confiável com as medidas críticas internas da válvula a ser calibrada.
Também nesta etapa é realizada a desmobilização dos recursos e a desmontagem do canteiro, além de ser na execução que os prazos e os custos previstos são confirmados.
– Fechamento da parada: é o fim da parada de manutenção, com a entrega do escopo proposto e o retorno da linha de produção ativa. A partida da unidade é efetuada, com uma equipe reduzida acompanhando o seu start para acompanhar a retomada dos trabalhos produtivos e como a manutenção vai se portar com o reinício.
Com essa entrega efetuada, os trabalhos não param: é hora de seguir acompanhando todo o ciclo de vida pós-parada, avaliando com os clientes como se desenrolam os próximos meses da planta manutenida, para acompanhar, é claro, as próximas janelas de manutenção que venham a ocorrer no futuro.
O que deve ser observado em uma parada de manutenção?
Realmente, a gestão de uma parada de manutenção é um desafio considerável para algumas empresas: o volume de atividades, colaboradores e informações envolvidas em uma parada de manutenção é complexo e contém muitos detalhes.
Um planejamento de parada bem executado, em especial no caso da manutenção das válvulas, observando os três pontos principais que destaquei no começo desse artigo e que me permito destacar novamente:
- O primeiro seria a auditoria de base instalada
- O segundo é realizar o diagnóstico de válvulas na linha.
- O terceiro é fazer a auditoria de inventário e sobressalentes
Isso gera economia, pois serão investidos recursos, tais como peças de reposição, mão de obra, guindastes, nas válvulas em que realmente são necessárias intervenções tornando a operação mais enxuta e rápida.
Além disso, quando ocorre uma parada de manutenção em válvulas, primeiro deve ser observado a criticidade no atendimento de uma parada fria, na qual a manutenção precisa ser realizada em curto espaço de tempo, a disponibilidade de peças e sobressalentes é fundamental para que o serviço seja concluído no tempo requerido.
O modelo de manutenção precisa estar definido, por exemplo, se o cliente não dispõe das peças ou sobressalentes para substituição durante a manutenção das válvulas, será preciso mobilizar recursos para a recuperação de componentes, como:
- – Materiais e equipamentos para usinagem e soldagem;
- – Máquina para fabricação de juntas, dentre alguns exemplos.
Destaco novamente que o planejamento de parada é fundamental, pois nele vai ser definido todo o escopo de como ocorrerá a manutenção das válvulas.
Paradas de manutenção: histórias reais
Aqui na Axpr, temos um histórico de atendimento em manutenção de válvulas nos principais segmentos industriais, nos quais destaco: petroquímica, termoelétricas, óleo e gás e celulose e papel, por exemplo.
Esse histórico permite que observemos que as paradas para estes segmentos que citei, geralmente, possuem planejamento minucioso que contempla o levantamento dos recursos que serão necessários tais como as peças/sobressalentes.
Uma das diferenças que podemos citar é que para o segmento de termoelétricas, geralmente o planejamento tende a ser executado em prazo menores, pois as plantas possuem uma operação com maior sazonalidade que as demais, na qual já é definido com bastante antecedência o período em que será feita a parada.
Para os segmentos industriais que atendemos, a parada programada, quase sempre, é geral: ou seja, neste tipo de parada a produção é interrompida totalmente, com a disponibilização de todos os equipamentos para a manutenção.
A Axpr trabalha em parceria com as fábricas, muitas vezes participando até da conceituação da parada de manutenção, auxiliando o cliente a definir qual seria o melhor modelo de parada levando em conta as necessidades de manutenção.
Podemos efetuar a parada interna (in loco), com os serviços a serem executados com nossa oficina móvel no site do cliente, ou externa (in shop), na qual as válvulas são levadas até nossa oficina para manutenção para retornarem posteriormente à planta do cliente.
Em ambos os modelos, são empregados o mesmo cuidado e carinho no trato das válvulas.
A Axpr, por ser parceira da Baker Hughes, que é proprietária das marcas Masoneilan e Consolidated também atua fortemente no planejamento da parada com os clientes, auxiliando no levantamento da base instalada, sugerindo as peças e sobressalentes necessários e avaliando os recursos necessários para uma parada de sucesso.
Um case de sucesso que gosto de destacar, que é bem recente inclusive, é o atendimento em parada externa, em que fizemos manutenção em 810 válvulas ao decorrer de 45 dias sob rigorosa inspeção da Petrobras.
A manutenção de equipamentos e instalações existentes na indústria é fator fundamental para a redução dos custos, uma vez que essa ação é considerada a atividade mais importante do setor que dá suporte à produção da fábrica e, com isso, está ligada diretamente a todos os outros setores relacionados à produção.
Com base nisso, a manutenção não deve ser vista como um gasto desnecessário, mas como uma ação capaz de evitar maiores gastos no futuro, quando a parada pode ocorrer devido à falha de equipamentos, interrompendo a produção de forma inesperada e exigindo soluções como reparo ou mesmo troca de equipamentos inteiros.
Para que a empresa consiga manter a competitividade no mercado, é essencial que todas as áreas estejam focadas e os equipamentos, em nosso caso particular, as válvulas atuando em sintonia.
Se quiser saber mais sobre a atuação da Axpr em paradas de manutenção e solicitar o atendimento de nossa equipe, é só clicar aqui!